Azul marinho e Lilás são as cores da campanha do mês de março. Todos os meses temos a oportunidade de conhecer ou relembrar informações sobre doenças, campanhas de saúde e mobilizações sociais. No mês de março nós chamaremos a atenção aos cuidados e prevenção ao câncer do colorretal e câncer do colo do útero.
O que é o março azul marinho?
É uma campanha que busca informar e educar a população sobre o câncer colorretal através da conscientização. Segundo o World Cancer Research Fund (Fundo Mundial para Pesquisa de Câncer, em tradução livre), houveram 1,8 milhões de novos casos de câncer colorretal somente em 2018, sendo um dos tipos de câncer mais comuns do mundo. O risco de desenvolver a doença, é de aproximadamente 1 em 22 (4.49%), em homens, e 1 em 24 (4.15%), em mulheres. A mesma entidade estimou que, em 2019, o câncer de colorretal foi responsável por mais de 51 mil mortes nos Estados Unidos. Criado em uma parceria do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), o Março Azul Marinho é uma oportunidade para se educar mais sobre a doença e aprender como se prevenir.
Vamos entender um pouco mais sobre o câncer do colorretal.
É um tipo de tumor que desenvolve no intestino grosso (cólon) ou em sua porção final, o reto. É o terceiro tipo de câncer mais frequente tanto em homens como em mulheres. Os sintomas costumam surgir em estágios avançados da doença, por isso, a detecção precoce nem sempre é possível. Dentre as suas possíveis causas, especula-se que dietas ricas em bebidas alcoólicas, carne vermelhas, embutidos e carnes processadas aumentam a probabilidade de desenvolvimento do câncer colorretal. Esse risco maior também é presente em pacientes obesos ou acima do peso. A origem desse tipo de tumor se dá por conta de pólipos intestinais, que são lesões semelhantes a verrugas que surgem no intestino grosso. É por essa razão que é tão importante estar atento às alterações intestinais. Elas podem ser um indício da presença de um pólipo no intestino.
Os sintomas mais evidentes de câncer colorretal normalmente aparecem em estágios avançados. Portanto, fique atento a qualquer um desses sintomas e, caso os tenha, procure um médico:
- Sangramento pelo ânus;
- Constipação ou diarreia sem explicação;
- Presença de pólipos no intestino;
- Anemia;
- Fraqueza;
- Cólica abdominal;
- Emagrecimento;
- Sensação de evacuação incompleta.
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Como é realizado o diagnóstico?
Existem vários exames que podem indicar a presença de pólipos ou mesmo diagnosticar um tumor no cólon e/ou reto. São eles:
· Exame de toque retal – é simples e indolor, apesar de ainda ser um tabu para muitos pacientes homens. Através dele, é possível tocar todas as paredes do reto a procura de alterações na parede no intestino, além de servir para, no caso dos homens, fazer uma avaliação da saúde da próstata.
· Pesquisa de sangue nas fezes – Busca encontrar exatamente o que o nome sugere: sangue. A presença de sangue no bolo fecal pode ser um indicativo de feridas no intestino. Para a realização do exame, são necessárias 3 amostras de fezes consecutivas. Se o resultado for positivo, isto é, se houver a presença de sangue nas fezes, normalmente a indicação é que se faça uma colonoscopia.
· Enema opaco com duplo contraste – é um exame que se utiliza de contraste e raio-X para gerar imagens de dentro do intestino, facilitando a visualização de lesões, pólipos e tumores. O contraste, normalmente feito com sulfato de bário, é introduzido através do ânus, para que o exame radiológico permita mostrar áreas anormais. Esse exame permite a visualização de todo o cólon e reto, mas não permite biópsias, fazendo com que, em casos de suspeita, a colonoscopia seja mais indicada.
· Retossigmoidoscopia – Este exame consiste na introdução de um tubo pelo ânus que permite a visualização do reto e de parte do cólon. Caso a equipe encontre alguma lesão, como um pólipo, o mesmo deve ser retirado ou então a lesão deverá passar por uma biópsia. O problema desse exame para o diagnóstico do câncer colorretal é que ele alcança apenas parte do cólon, não podendo analisar o órgão por inteiro.
· Colonoscopia – A colonoscopia é realizada através da introdução de um aparelho de fibra ótica longo (180cm) com uma câmera na ponta pelo ânus, permitindo a visualização do reto e de todo o cólon. O equipamento de colonoscopia, além de gerar imagens de dentro do intestino, também permite a inserção de instrumentos especiais para remoção de pólipos ou biópsias. Para garantir o bem-estar do paciente, o exame é feito com sedação e anestesia.
· Colonoscopia virtual – Diferente da colonoscopia normal, além de produzir imagens seccionais do intestino, também produz imagens tridimensionais, o que permite a equipe médica localizar pólipos ou tumores com mais precisão. Ao contrário da colonoscopia, não se trata de um exame invasivo, mas exige um preparo do intestino com inserção de contraste pela via retal. Ainda assim, caso seja encontrada qualquer parte suspeita, é necessário usar a colonoscopia para analisar melhor as áreas e retirar os pólipos.
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Como prevenir o câncer do colorretal?
Existem algumas medidas que você pode tomar para evitar o surgimento de câncer colorretal. São eles:
· Pratique exercícios físicos – A prática regular de atividade física melhora o corpo como um todo, proporcionando uma melhora significativa da imunidade. Além disso, a atividade física ajuda a regular os movimentos intestinais, o que previne o câncer.
· Não fume – O cigarro possui mais de 400 substâncias cancerígenas e seu uso está associado a diversos tipos de câncer, dentre eles o câncer colorretal.
· Evite beber – O consumo excessivo de álcool está associado a um maior risco de desenvolvimento de câncer colorretal.
· Evite carnes processadas – Carnes processadas, especialmente aquelas que passaram pelo processo de defumação, como o presunto e a mortadela, foram listadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como cancerígenas. Dentre os tipos de câncer que podem causar, está o câncer colorretal.
· Tenha uma alimentação saudável – A alimentação saudável inclui a ingestão de alimentos in natura e minimamente processados, como frutas, legumes, cereais integrais, leguminosas, grãos e sementes. Isso garante um padrão de alimentação rico em fibras, que, além de promover o bom funcionamento do intestino, ainda ajuda no controle de peso corporal.
Março Lilás é o mês de conscientização sobre a importância de se prevenir contra o câncer do colo do útero, a quarta maior causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Durante todo o mês, instituições de saúde pública e privada promovem campanhas para conscientizar a população feminina sobre os riscos de desenvolvimento da doença, sobre os sintomas e como se prevenir. As ações acontecem de formas distintas de acordo com cada estado, mas todas possuem o mesmo objetivo: reduzir o número de mortes por câncer de colo do útero e promover a prevenção desde cedo. A campanha, consequentemente, alerta também sobre a importância de se proteger contra as DSTs, uma vez que o vírus HPV é a principal causa do câncer do colo do útero. Por isso, durante todo o mês de março, mulheres são incentivadas a manter uma rotina frequente de idas ao ginecologista e a fazer exames preventivos, como o Papanicolau, que ajuda a detectar a infecção causada pelo HPV e possíveis alterações no colo do útero.
Vamos entender um pouco mais sobre o câncer do colo do útero.
Também conhecido como câncer cervical, é causado pela infecção persistente do vírus do HPV, o Papilomavírus Humano. O HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum, sendo na maioria das pessoas infectadas assintomática, mas quando desperta sintomas, pode provocar o surgimento de verrugas genitais e coceira.
Em alguns casos o desenvolvimento da doença é lento e não manifesta nenhum sinal durante a fase inicial. Por esse e outros motivos é tão importante prevenir a condição. Já no estágio mais avançado, alguns sintomas podem surgir. É importante prestar atenção ao surgimento dos seguintes sinais:
- Dor abdominal associada a problemas intestinais e urinários;
- Sangramento vaginal;
- Sangramento após relação sexual;
- Secreções vaginais anormais;
- Menstruação irregular;
- Fadiga;
- Perda de peso sem motivo aparente;
- Náuseas.
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Como prevenir o câncer do colo do útero?
A principal forma de prevenir o câncer de colo do útero é através do exame preventivo Papanicolau, que permite a coleta de células do colo do útero e que mostram se há alguma infecção ou variação nesses tecidos. O exame é simples e dura poucos minutos. Deve ser feito por todas as mulheres com idade com 25 anos que possuem vida sexual ativa, em intervalos de três anos.
Quando a mulher possui fatores de risco para a doença, pode ser solicitado uma frequência menor entre um exame e outro. Esse exame ajuda a identificar a infecção por HPV e outras possíveis complicações que possam levar ao desenvolvimento do câncer do colo do útero. Além dos exames, a mulher também pode se prevenir recebendo a vacina contra o vírus HPV. No entanto, é importante reforçar que a vacina não dispensa a necessidade dos exames, pois não protege a mulher de todos os tipos de vírus do HPV. O uso de preservativos também deve ser uma medida preventiva contra esse tipo de vírus, prevenindo também outras doenças sexualmente transmissíveis.